"A literatura tem essa magia de nos tornar contemporâneos de quem quisermos." (Inês Pedrosa)

terça-feira, 6 de novembro de 2012

A Lógica da Linguagem


"A maioria das proposições e questionamentos que se têm escrito sobre questões filosóficas não é falsa, mas destituída de sentido. Não podemos, portanto, absolutamente responder questões desse gênero, mas apenas reconhecer sua ausência de sentido. A maioria das questões e proposições dos filósofos resulta do fato de que não entendemos a lógica de nossa própria linguagem."

- Ludwig Wittgenstein

domingo, 4 de novembro de 2012

Questão da Oipnião!

Jacques Resch

A ciência, tanto por sua necessidade de coroamento como por princípio, opõe-se absolutamente à opinião. Se, em determinada questão, ela legitimar a opinião, é por motivos diversos daqueles que dão origem à opinião; de modo que a opinião está, de direito, sempre errada. A opinião pensa mal; não pensa: traduz necessidades em conhecimentos. Ao designar os objetos pela utilidade, ela se impede de conhecê-los. Não se pode basear nada na opinião: antes de tudo, é preciso destruí-la. Ela é o primeiro obstáculo a ser superado. Não basta, por exemplo, corrigi-la em determinados pontos, mantendo, como uma espécie de moral provisória, um conhecimento vulgar provisório. O espírito científico proíbe que tenhamos uma  opinião sobre questões que não compreendemos, sobre questões que não sabemos formular com clareza. Em primeiro lugar, é preciso saber formular problemas. E, digam o que disserem, na vida cientifica os problemas não  se formulam de modo espontâneo. E justamente esse  sentido do problema  que caracteriza o verdadeiro espírito científico. Para o espírito científico, todo conhecimento é resposta a urna pergunta. Se não há pergunta, não pode haver conhecimento científico. Nada é evidente. Nada é gratuito. Tudo é construído.

Gaston Bachelard,
A Formação do Espírito Científico
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