"A literatura tem essa magia de nos tornar contemporâneos de quem quisermos." (Inês Pedrosa)

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Educação é a “Solução”

O setor educacional brasileiro está precário, baixos investimentos tem sido feito em relação ao PIB. Baixa remuneração dos professores, falta de preparo dos mesmos, desmotivação, falta de estrutura nas instituições publicas, fruto do descaso com que as autoridades competentes – as chamo de incompetentes - lhe dão com a educação e sua importância.

Como alcançar a justiça, democracia, cidadania, liberdade, honestidade, consciência e a igualdade social sem a educação de qualidade?

É possível um individuo obter todas essas qualidades sem educação?

Não, impossível. Sem o acesso a educação de qualidade – eis o problema – se torna quase impossível um indivíduo obter tais qualidades, e menos ainda ascender socialmente. É impossível um país crescer afundado no poço da ignorância. É impossível acabar com a ignorância ignorando os ignorantes.

Como se chegar à justiça em um mundo de cegos? Como se chegar à democracia sem ter a consciência de sua importância? Como se chegar à cidadania sem igualdade? Como conquistar a igualdade sem democracia? Como conquistar a liberdade sem conhecimento? E por fim, como chegar a tudo isso sem educação de qualidade?

Enquanto a educação não for prioridade o Brasil vai continuar sendo um país do futuro.

Chega de ser o país do futuro, é preciso ser o país do presente, do agora. A educação é a solução!

terça-feira, 28 de julho de 2009

O Mito da Democracia



Democracia segundo Wikipedia é um regime de governo onde o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos – o povo. Segundo dicionário Priberam “Governo em que o povo exerce a soberania, direta ou indiretamente.”


Se observamos bem nossa atual sociedade vamos perceber – a menos que sejamos cegos – que a verdadeira democracia não existe. O governo responde primeiramente aos interesses econômicos, ou seja, aos interesses capitalistas.


Como disse outro dia José Saramago "A democracia na realidade não existe. Na minha opinião, quem verdadeiramente manda são instituições que não têm nada de democráticas, como o Fundo Monetário Internacional, as fábricas de armas, as multinacionais farmacêuticas", entre outras, afirmou o Prêmio Nobel da Literatura 1998.


Em nossa democracia no Brasil elegemos candidatos através do voto – voto obrigatório que contradiz a democracia – símbolo máximo da democracia para nos representar e tomar decisões de acordo o “bem comum”. Até certa parte tudo funciona bem, mas na parte das decisões que deveriam sempre visar o bem coletivo, das comunidades em geral deixa muito a desejar.


Muitas medidas inaceitáveis são tomadas a favor do poder econômico, que beneficia somente os grandes capitalistas (bancos, multinacionais etc.) com a desculpa de beneficiar o “bem comum”. Enquanto o povo fica submisso ao governo e os grandes capitalistas.


O conceito de democracia que o estado tem em mente – se é que o Estado tem mente- deve ser revisto o quanto antes. Mas se aceitarmos todos calados, a mudança não virá. É preciso ter esperança, mas esta só não faz nada se não for acompanhada da ação coletiva.



Ver também "O Mito do 'Bem Comum'" e "O 'Bem Comum'"




segunda-feira, 27 de julho de 2009

Ensaio sobre a Cegueira

Numa sociedade que já não faz mais sentido algum viver, onde a lei da selva, a caça predatória predomina – nem sei por que ainda a chamam de sociedade – o homem já não é capaz de viver como homem. Uma bela frase de impacto deixa uma cicatriz na consciência humana “Se não podem viver mais como homens, pelo menos que não vivam completamente como animais”.

O “Ego”, o individualismo dita a lei dessa selva de pedras. Os instintos básicos são acionados com prioridade total, instinto natural que preserva a vida. Neste momento o centro do mundo passa a ser o “ego”, as pessoas se transformam em ilhas. No famoso ditado popular "cada um por si e Deus por todos".


Se inicia uma guerra, autoritarismo, disputas de território, disputa por comida, assassinatos, violência, violação dos direitos humanos, e tudo quanto pode haver de mais baixo que um ser humano possa fazer. Vence quem sobrevive, mas quem será capaz de sobreviver sozinho numa terra de cegos?


Uma epidemia de cegueira contagia toda uma cidade, logo todo o país. Só há um ser que ainda pode ver neste inferno que a sociedade se tornou. Sua visão é extraordinária, ultrapassa a matéria, a pele humana. Muito mais do que o antigo ditado popular “Em terra de cego quem tem um olho é rei”, "em terra de cego quem tem um olho tem a responsabilidade de saber bem usa-lo."


Ensaio sobre a cegueira, uma fascinante obra literária de José Saramago – ganhador do Prêmio Nobel 1995. Depois de ler este livro será impossível pensar como antes. Há também o filme desta obra, mas não chega aos pés do livro, como toda obra literária que se transforma em filme.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Inverter a História


Alto lá! Os jovens e os pensadores dos anos 50 precisavam achar a ponta desse emaranhado, para ajudar a mudar o curso dessa história. Ao verem a triste situação do mundo e de si mesmos, eles se perguntavam: tanta busca, tanto sonho, tanto amor, tanto trabalho, para NADA?



Onde está o bem? Qual é a linha que o separa do mal? Haverá uma saída para evitar que esta aventura de viver não termine na morte com nossas próprias unhas?



Onde está a verdade: na ciência? No ser humano?




Uma certeza: a ciência não responde a tudo. Ela não é tão autônoma corno aparentava, mas está amarrada a um projeto de sociedade. Há de se buscar na Filosofia um conjunto coerente de resposta,, para o dilema de viver.




A Filosofia apareceu como uma nova paixão capaz de indicar novos caminhos. A, sabedoria dos jovens pensadores angustiados percebia que a vida é incerta, é ambígua. Nada é como nos ensinavam os velhos filmes de caubói, em que o chapéu do herói metido em brigas jamais cai, seu revólver jamais descarrega e ele sempre acaba dando um beijo (cinematográfico...) em sua noiva.




Hollywood punha divisórias na tela: de um lado ficava o índio, sempre traidor e ignorante; do outro, o branco, doce conquistador (de mulheres e terras alheias), acompanhado de crianças lourinhas e música romântica. O bem e a mentira eram claramente separados. O progresso sempre estava ao lado da ciência. enquanto outras dimensões humanas eram classificadas de bruxaria, e por isso olhadas com surpresa.




Não é isso que acontece na vida real.

Dentro de cada indivíduo e na trama da sociedade, a realidade é ambígua: o bem e o mal andam de mãos dadas, misturam-se. Ora odiamos, ora amamos. O mesmo bandido que rouba latifundiários tem bons sentimentos com as crianças, e o justiceiro louro, montado em seu cavalo idem, pode ser mesquinho com seus pais e ter medo de quarto escuro.



Quem está com a verdade? Quem está com a mentira?(O que você acha?)

(Jean-Paul Sartre - Proibido Proibir)



quarta-feira, 22 de julho de 2009

O Mundo da Filosofia

Quem não sabe prestar contas

de três milênios permanece

nas trevas ignorante, e vive o

dia que se passa.


Johann W. Goethe



Vamos resumir: um coelho branco é tirado de dentro de uma cartola. E porque se trata de um coelho muito grande, este truque leva bilhões de anos para acontecer. Todas as crianças nascem bem na ponta dos finos pêlos do coelho. Por isso elas conseguem se encantar com a impossibilidade do número de mágica a que assistem. Mas conforme vão envelhecendo, elas vão se arrastando cada vez mais para o interior da pelagem do coelho. E ficam por lá. Lá embaixo é tão confortável que elas não ousam mais subir até a ponta dos finos pêlos, lá em cima. Só os filósofos têm ousadia para se lançar nesta jornada rumo aos limites da linguagem e da existência. Alguns deles não chegam a concluí-la, mas outros se agarram com força aos pêlos do coelho e berram para as pessoas que estão lá embaixo, no conforto da pelagem, enchendo a barriga de comida e bebida:


— Senhoras e senhores — gritam eles —, estamos flutuando no espaço!


Mas nenhuma das pessoas lá de baixo se interessa pela gritaria dos filósofos.


— Deus do céu! Que caras mais barulhentos! — elas dizem.


E continuam a conversar:


Será que você poderia me passar a manteiga? Qual acotação das ações hoje? Qual o preço do tomate? Você ouviu dizer que a Lady Di está grávida de novo?



(Jostein Gaarder - O Mundo de Sofia)

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