"... Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor de nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores, matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz e, conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada."
(Eduardo Alvez da Costa)
[Imagem: Willian Ferreira]
2 comentários:
Ajude a um lesado leitor sob efeitos ansiolíticos: isso não é de Bertold Brecht ou é uma inspiração no alemão?
Abraços, caro.
Bertold Brecht? Não conheço, pensei que fosse inspiração em Martin Niemöller, também alemão. Mas não sei, tudo é possível, mas talvez seja apenas coincidência, ou não. rs
Abraço
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