"A literatura tem essa magia de nos tornar contemporâneos de quem quisermos." (Inês Pedrosa)

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Morte

Habitua-te a pensar que a morte não é nada para nós, pois que o bem e o mal só existem na sensação. Donde se segue que um conhecimento exacto do facto de a morte não ser nada para nós permite-nos usufruir esta vida mortal, evitando que lhe atribuamos uma idéia de duração eterna e poupando-nos o pesar da imortalidade. Pois nada há de temível na vida para quem compreendeu nada haver de temível no facto de não viver. É pois, tolo quem afirma temer a morte, não porque sua vinda seja temível, mas porque é temível esperá-la. Tolice afligir-se com a espera da morte, pois trata-se de algo que, uma vez vindo, não causa mal. Assim, o mais espantoso de todos os males, a morte, não é nada para nós, pois enquanto vivemos, ela não existe, e quando chega, não existimos mais. Não há morte, então, nem para os vivos nem para os mortos, porquanto para uns não existe, e os outros não existem mais (...)

(Epicuro, in "A Conduta na Vida")

2 comentários:

Richard Mathenhauer disse...

Um exercício difícil pensar na Morte, aceitando-a como condição normal da vida (ela é extensão da vida), sobretudo em tempos em que se valoriza tanto a vida e o ritmo de consumo, que no fim, acaba sendo o consumo da própria vida.

ABraços

Alan Tykhé disse...

Ah meu caro, penso diferente de ti, pra mim é muito fácil pensar na morte, já que nos acompanha onde quer que a gente vá.

Abraços

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