Edvard Munch |
Uma das poucas alegrias da vida numa época de ansiedade é o fato de sermos forçados a tomar consciência de nós mesmos. Quando a sociedade contemporânea, nesta fase de reversão de padrões e valores, não consegue dar-nos uma nitida visão "do que somos e do que devemos ser", nas palavras de Matthew Arnold, vemo-nos lançados à busca de nós mesmos. A dolorosa insegurança que nos rodeia torna-se um incentivo a indagar: será que nos passou despercebido algum importante manancial de força e orientação?
Constato que, de modo geral, este incentivo não é considerado uma benção. Prefere-se indagar: como é possível alcançar a integração interior numa sociedade tão desintegrada? Ou então: como empreender a longa evolução para a auto-realização numa época em que quase nada é certo, nem no presente, nem no futuro?
(Rollo May, in O homem à procura de si mesmo)
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