
(Fernado Pessoa)
“A única forma de suportar a existência é mergulhar na literatura como numa orgia perpétua” (Gustave Flaubert)
— Como foi aquela história mesmo?
— Eram 4 terráqueos: Todomundo; Alguém; Qualquerum e Ninguém.
— Isto mesmo! Continua...
— Havia um importante trabalho a ser feito.
— Certo!
— Todomundo pensou que Alguém o faria.
— Qualquerum podia fazer?
— Sim, Qualquerum podia, mas Ninguém fez.
— Ninguém!
— Todomundo sabia que Qualquerum podia fazer, mas Ninguém imaginou que Todomundo deixaria de fazer esperando Qualquerum.
— E dai? Como é que ficou?
— Todomundo culpou Alguém, quando Ninguém fez o que Qualquerum podia ter feito.
(Marcelo Ferrari - Blog)
Mas aquele que ama uma pessoa por sua beleza a ama? Não: pois a varíola, que matará sua beleza sem matar a pessoa fará com que ele não a ame mais.
E se me amam por meu juízo, por minha memória, amam a mim? Não, pois posso perder essas qualidades sem me perder.
Onde está, pois, esse eu, se não se encontra nem em meu corpo nem em minha alma?
E como amar o corpo ou a alma se não por essas qualidades, que não são absolutamente o que faz o eu, já que elas são perecíveis?
Pois amariam a substancia da alma de uma pessoa abstratamente, e algumas qualidades que nela existissem?
Não é possível e seriam injustos. Portanto nunca se ama a pessoa mas somente as qualidades.
Que não se zombe mais, portanto, daqueles que se fazem homenagear por seus cargos e funções, pois só se ama alguém por suas qualidades de empréstimo.