"A literatura tem essa magia de nos tornar contemporâneos de quem quisermos." (Inês Pedrosa)

sábado, 28 de agosto de 2010

Condenado a ser livre

"Se, por outro lado, Deus não existe, não encontramos diante de nós valores ou imposições que nos legitimem o comportamento. Assim, não temos nem atrás de nós, nem diante de nós, no domínio luminoso dos valores, justificações ou desculpas. Estamos sós e sem desculpas. É o que traduzirei dizendo que o homem está condenado a ser livre. Condenado porque não se criou a si próprio; e, no entando, livre porque, uma vez lançado ao mundo, é responsável por tudo quanto fizer. O existencialista não crê na força da paixão. Não pensará nunca que uma bela paixão é uma torrente devastadora que conduz fatalmente o homem a certos atos e que, por conseguinte, tal paixão é uma desculpa. Pensa, sim, que o homem é responsável por essa paixão. O existencialista não pensará também que o homem pode encontra auxílio num sinal dado sobre a terra, e que o há de orientar, porque pensa que o homem decifra esse sinal como lhe aprouver. Pensa, portanto, que o homem, sem qualquer apoio e sem qualquer auxílio, está condenado a cada instante a inventar o homem."

(Jean Paul Sartre)

2 comentários:

Richard Mathenhauer disse...

Bem curioso o texto e a imagem escolhida (Auschwitz-Birkenau). Aquilo não tinha nada a ver com deus... aquilo foi (e é, e poderá vir a ser) um produto da liberdade do homem.

Abraços de quem o Segue,

Alan Tykhé disse...

Sim meu caro, sempre a liberdade humana... como diz a ultima frase, estamos condenados a nos inventar a cada instante.

Abraço

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