"A literatura tem essa magia de nos tornar contemporâneos de quem quisermos." (Inês Pedrosa)

sábado, 25 de setembro de 2010

Todo Amor é desejo

(John Delville)

Todo amor é amor a alguma coisa, que se deseja e que nos falta. O amor não é completude, mas incompletude. Não fusão, mas busca. O amor é desejo, e desejo é falta. Mas só há desejo se a falta é percebida. E só há amor se o desejo se polariza sobre determinado objeto. Comer porque se tem fome é uma coisa, gostar do que se come, ou comer do que se gosta, é outra coisa. Desejar uma mulher, qualquer uma, é uma coisa. Desejar " esta mulher", é outra. Estaríamos apaixonados, no entanto, se desejássemos, de uma maneira ou de outra, aquele ou aquela que amamos? Sem dúvida não. Se nem todo desejo é amor, todo amor é desejo.


(André Comte Sponville)

Um comentário:

Richard Mathenhauer disse...

Que graça haveria no amor se não houvesse o desejo, não? - ou: que diferença faria o amor se não houvesse o desejo, não?

Com amizade,

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...