Jacques Resch |
Não compramos objetos para possuí-los e sim para destruí-los. A cada nova compra já estamos pensando na próxima. A efemeridade da moda acaba funcionando como antídoto para curar a ansiedade e saciar em pequenas porções a sede de emoções. A cada semana, uma nova coleção na vitrine, a cada dia um novo capítulo na novela das oito, a cada seis meses a nova versão do carro do ano, um novo restaurante imperdível é inaugurado. Somos todos, então, fantoches no “teatro” do consumo. O que quer dizer que os sujeitos não têm mais a preocupação, ao consumir, em buscarem objetos duráveis e que permitam a eles identificarem-se em um conjunto homogêneo de outros sujeitos, como o era na época da estética da estabilidade pregada pelo fordismo, mas, diferentemente disso, o que desperta a atenção dos consumidores são objetos fugazes e que permitam que os mesmos se distingam em um determinado meio social.
Jean Baudrillard,
Sociedade de Consumo
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