Estou sentado sobre a minha mala
No velho bergantim desmantelado...
Quanto tempo, meu Deus, malbaratado
Em tanta inútil, misteriosa escala!
Joguei a minha bússola quebrada
Às águas fundas... E afinal sem norte,
Como o velho Sindbad de alma cansada
Eu nada mais desejo, nem a morte...
Delícia de ficar deitado ao fundo
Do barco, a vos olhar, velas paradas!
Se em toda parte é sempre o Fim do Mundo
Pra que partir? Sempre se chega, enfim...
Pra que seguir empós das alvoradas
Se, por si mesmas, elas vem a mim?
(Mário Quintana)
Um comentário:
Olá, Alan, linda esta poesia de Quintana! Ele a ofereceu ao amigo Athos Damasceno Ferreira. Quintana é dentro outros maravilhosos poetas, o meu preferido, vai direto aos meus sentimentos.
Beleza de postagem.
Dê uma olhada aqui, este é meu outro blog, onde há uma postagem para Quintana pelo seu aniversário:
http://taisluso.blogspot.com/2010/05/o-meu-poeta-mario-quintana.html
Abraço para você
Tais Luso
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