
Eu gostaria que me lessem assim. Quer eu escreva como um poeta, no esforço para mostrar a beleza, ou como palhaço, no esforço para mostrar o ridículo, é sempre a minha carne que se encontra nas minhas palavras."
(Rubem Alves)
“A única forma de suportar a existência é mergulhar na literatura como numa orgia perpétua” (Gustave Flaubert)
A filosofia dos dogmáticos foi, esperamos, simplesmente uma promessa para alguns milhares de anos no futuro, como em tempos ainda remotos o foi a astrologia, a serviço da qual foram dispendidos mais dinheiro, trabalho, perspicácia e paciência de que até agora já se dispendeu com uma ciência positiva qualquer — à astrologia e às suas aspirações sobrenaturais devemos o estilo grandioso da arquitetura da Ásia e do Egito. Parece que toda coisa grande para poder se imprimir com caracteres indeléveis no coração humano deve primeiramente passar sobre a terra sob o aspecto de uma caricatura monstruosa e assustadora; tal caricatura monstruosa foi a filosofia dogmática; por exemplo a doutrina dos Vedas na Ásia e o platonismo na Europa.
Somos ingratos para com eles, ainda que seja necessário confessar que o pior, o mais pertinaz e o mais perigoso de todos os erros foi o de um filósofo dogmático e precisamente a invenção platônica do “puro espírito” e do bom por si mesmo. Mas hoje que o superamos, que a Europa (Mundo) respira aliviada de., tal incubo e que pelo menos pode dormir um sono mais salutar, somos, nós cuja única junção é permanecermos acordados, somos os herdeiros de toda força, acumulada pela longa luta contra o erro. Seria preciso colocar a verdade de pernas para o ar, renegar a perspectiva, a condição fundamental da vida, para falar do espírito do bem como o faz Platão; antes, como médico, poder-se-ia perguntar "por que uma tal moléstia no produto mais belo da Antigüidade, em Platão?
Seria então verdadeiro que o malvado Sócrates o teria corrompido? Seria Sócrates efetivamente o corruptor da juventude? Mereceu, na verdade, a sua cicuta?" Porém a luta contra Platão, ou para dizê-lo de modo mais inteligível e popular, a luta contra a milenar opressão clerical cristã — uma vez que o Cristianismo é um Platonismo para a povo — produziu, na Europa, uma maravilhosa tensão dos espíritos até então nunca vista na terra; com o arco vergado de tal forma pode-se visar o alvo mais longínquo. É verdade que para o europeu esta tensão é causa de mal-estar; e duas grandes tentativas de relaxar o arco já foram feitas, a primeira vez com o jesuitismo e a segunda com a propaganda das idéias democráticas.
Com o auxílio da liberdade de imprensa e com a leitura dos jornais chegamos a tal ponto que o espírito não sentirá mais incubo de si mesmo. (Os alemães inventaram a pólvora, que isto lhes sirva de orgulho; mas inventaram a imprensa e com isso cometeram erros!) Mas nós, nós que não somos jesuítas, democratas e nem mesmo suficientemente alemães, nós, nós bons europeus (humanos) e espíritos livres — sentimos agora toda a opressão do espírito, possuímos toda a tensão do arco! E, é claro, também a seta, a tarefa, e quem sabe? o alvo...
Sils-Maria, Engadina Sup., junho de 1885.
Democracia segundo Wikipedia é um regime de governo onde o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos – o povo. Segundo dicionário Priberam “Governo em que o povo exerce a soberania, direta ou indiretamente.”
Se observamos bem nossa atual sociedade vamos perceber – a menos que sejamos cegos – que a verdadeira democracia não existe. O governo responde primeiramente aos interesses econômicos, ou seja, aos interesses capitalistas.
Como disse outro dia José Saramago "A democracia na realidade não existe. Na minha opinião, quem verdadeiramente manda são instituições que não têm nada de democráticas, como o Fundo Monetário Internacional, as fábricas de armas, as multinacionais farmacêuticas", entre outras, afirmou o Prêmio Nobel da Literatura
Em nossa democracia no Brasil elegemos candidatos através do voto – voto obrigatório que contradiz a democracia – símbolo máximo da democracia para nos representar e tomar decisões de acordo o “bem comum”. Até certa parte tudo funciona bem, mas na parte das decisões que deveriam sempre visar o bem coletivo, das comunidades em geral deixa muito a desejar.
Muitas medidas inaceitáveis são tomadas a favor do poder econômico, que beneficia somente os grandes capitalistas (bancos, multinacionais etc.) com a desculpa de beneficiar o “bem comum”. Enquanto o povo fica submisso ao governo e os grandes capitalistas.
O conceito de democracia que o estado tem em mente – se é que o Estado tem mente- deve ser revisto o quanto antes. Mas se aceitarmos todos calados, a mudança não virá. É preciso ter esperança, mas esta só não faz nada se não for acompanhada da ação coletiva.
O “Ego”, o individualismo dita a lei dessa selva de pedras. Os instintos básicos são acionados com prioridade total, instinto natural que preserva a vida. Neste momento o centro do mundo passa a ser o “ego”, as pessoas se transformam
Se inicia uma guerra, autoritarismo, disputas de território, disputa por comida, assassinatos, violência, violação dos direitos humanos, e tudo quanto pode haver de mais baixo que um ser humano possa fazer. Vence quem sobrevive, mas quem será capaz de sobreviver sozinho numa terra de cegos?
Uma epidemia de cegueira contagia toda uma cidade, logo todo o país. Só há um ser que ainda pode ver neste inferno que a sociedade se tornou. Sua visão é extraordinária, ultrapassa a matéria, a pele humana. Muito mais do que o antigo ditado popular “Em terra de cego quem tem um olho é rei”, "em terra de cego quem tem um olho tem a responsabilidade de saber bem usa-lo."
Ensaio sobre a cegueira, uma fascinante obra literária de José Saramago – ganhador do Prêmio Nobel 1995. Depois de ler este livro será impossível pensar como antes. Há também o filme desta obra, mas não chega aos pés do livro, como toda obra literária que se transforma em filme.
Quem não sabe prestar contas
de três milênios permanece
nas trevas ignorante, e vive o
dia que se passa.
Johann W. Goethe
Vamos resumir: um coelho branco é tirado de dentro de uma cartola. E porque se trata de um coelho muito grande, este truque leva bilhões de anos para acontecer. Todas as crianças nascem bem na ponta dos finos pêlos do coelho. Por isso elas conseguem se encantar com a impossibilidade do número de mágica a que assistem. Mas conforme vão envelhecendo, elas vão se arrastando cada vez mais para o interior da pelagem do coelho. E ficam por lá. Lá embaixo é tão confortável que elas não ousam mais subir até a ponta dos finos pêlos, lá
— Senhoras e senhores — gritam eles —, estamos flutuando no espaço!
Mas nenhuma das pessoas lá de baixo se interessa pela gritaria dos filósofos.
— Deus do céu! Que caras mais barulhentos! — elas dizem.
E continuam a conversar:
Será que você poderia me passar a manteiga? Qual acotação das ações hoje? Qual o preço do tomate? Você ouviu dizer que a Lady Di está grávida de novo?
(Jostein Gaarder - O Mundo de Sofia)
Liberdade o que é a liberdade?
"Liberdade, essa palavra que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda."
O grande problema da liberdade não é mais como chegar até ela, não é mais saber usa-la, o grande problema é o medo da liberdade.
Um excelente vídeo, que apesar de grande vale a pena ver até o final, são 10 minutos que não serão perdidos!
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada...
(Manuel Bandeira)
O que poderia ser uma alternativa para reduzir o nível de CO2 na atmosfera terrestre e reduzir os impactos ambientais como Efeito Estufa junto com uma lei que obrigava todas as montadoras norte americanas do estado da Califórnia produzirem caros elétricos num escala em crescimento se transformou num inimigo da Industria Petrolífera, das Montadoras e o governo Bush tomou as dores e se aliou a eles.
Mesmo o carro fazendo grande sucesso isso não foi suficiente para ele chegar até os consumidores. As empresas petrolíferas e as montadoras não gostaram da lei, e estava dispostas a tudo fazer para acabar com essa lei e retirar o carro de circulação, como se já não bastasse conseguiu como aliado ninguém menos do que o próprio presidente Bush. E como é de se esperar venceram e destruíram todos os carros que haviam sido construídos até o momento!
Não há mais nada nesse mundo que me surpreenda. Com tantos psicopatas a solta fazendo o que bem entende deste mundo com fins lucrativos ou de poder, pra mim não há nada que eles não sejam capazes de fazer!
Recomendo este e outros documentários que nos levam a informações inteligentes que não são transmitidas através da mídia burguesa e também aliada do capitalismo selvagem!