Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada,
Aconchegada nos meus braços,
Que rio e danço
E invento exclamações alegres,
Porque a ausência, essa ausência assimilada,
Ninguém a rouba mais de mim.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada,
Aconchegada nos meus braços,
Que rio e danço
E invento exclamações alegres,
Porque a ausência, essa ausência assimilada,
Ninguém a rouba mais de mim.
(Drummond)
[Imagem: John Singer Sargent]
3 comentários:
Lindo demais! Já votei em teu blog. Beijos
Ora, um post sobre Drummond!
Eu admirava Drummond quando encetei amizade com um mineiro de BH que reverenciava o poeta, e aprendi muito com ele, conheci muita prosa e muito verso, e hoje também reverencio esse homem que me lembra que sou feito de "infinitos minutos".
Abraços,
Agradeço pelo voto Tânia e mais ainda pela sua constante presença neste singelo espaço!
Richard, ainda conheço pouco deste grande poeta Mineiro... que pelo visto possuiu uma mina inesgotável de poesias e muita sabedoria!
Um forte abraço!
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